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Uma Cultura sem o Cristianismo? Imagine.

Em 1971, John Lenon escreveu um hino para a fé secularista. A canção “Imagine”, fantasiava um mundo onde todos estariam despidos de todas as crenças e preconceitos – com exceção notável, é claro, de algumas crenças preferidas pelos antigos Beatles. “Imagine que não há céu”, cantou Lenon,

É fácil se você tentar
Nem inferno abaixo de nós
Acima há só o firmamento
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje ...

Imagine que não há países
Não é difícil de se conseguir
Nada a favor do que morrer ou matar
E nem tampouco religião
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Enquanto não há certamente nada de errado com a paz, o amor e a compreensão, a evidência sugere que o mundo dos sonhos de Lenon se tornaria de fato um pesadelo. Essa é a conclusão de recentes estudos históricos e sociológicos de dois eminentes eruditos americanos: Rodney Stark, da Universidade de Washington1 e Samuel P. Huntington, de Harvard. Sem nenhuma conivência, ambos descobriram que os traços inspiradores que fizeram o Ocidente ser o que é – a ciência moderna, a medicina, a democracia e sua liberdade presente – foram irredutivelmente produtos do pensamento cristão derivado das tradições bíblicas centrais.

Em seu livro de 2004, Who Are We? (Quem somos nós?) Huntington, indiscutivelmente o cientista político mais respeitado de nosso tempo, argumenta que os Estados Unidos, de forma particular, enfrenta uma crise de identidade. Qual foi a identidade original? Começando com a análise apresentada por G. K. Chesterton sobre a América como “uma nação com alma de igreja”, o autor lista os seguintes traços como explicatórios do sucesso americano e do apelo global:

a língua inglesa; o cristianismo; o compromisso religioso; os conceitos ingleses de governo da lei; a responsabilidade dos governantes e os direitos dos indivíduos; os valores divergentes protestantes de individualismo, da ética do trabalho, e da crença de que os humanos têm a habilidade e o dever de tentar criar um céu na terra, uma “cidade no topo da montanha”. Historicamente, milhões de imigrantes foram atraídos para a América por causa desta cultura e as oportunidades econômicas ajudaram a torná-lo possível.2

Resumindo, o professor de Harvard declara que é a cultura anglo-protestante resultante dos fundamentos escriturísticos que fez dos Estados Unidos uma grande nação. Tentativas de negar essa tradição, seja por alguém etnicamente advindo deste contexto ou não, argumenta o autor, são experimentos sociais equivocados e perigosos que poderiam desvirtuar todo o projeto.

De forma semelhante, o sociólogo Rodney Stark ataca o mantra dos secularistas de que o cristianismo sério inibe o progresso. Isso é puro mito, argumenta. Ao contrário, esse autor demonstra com detalhes históricos lúcidos que “a ciência só poderia surgir em uma cultura dominada pela crença em um Criador consciente, racional e Todo-poderoso.”3 Além do mais, contra a acusação de que o cristianismo ortodoxo é inerentemente repressivo, Stark defende a tese de que enquanto os crentes algumas vezes se comportaram horrivelmente com relação aos outros (por exemplo, em relação à caça às bruxas e Inquisição), somente pessoas que acreditavam “que o escravagismo era uma abominação aos olhos de Deus” estiveram prontos para desafiar o mal. “Foi essa conclusão”, escreve, “ e somente essa conclusão, que capacitou o Ocidente a abolir a escravidão”.4 O temor de Deus, em outras palavras, significa liberdade para os homens.

Imagine um mundo sem a Bíblia, sem os cristãos, e sem Deus... Esse é verdadeiramente um pensamento assustador. Significaria mais escravidão, muito menos liberdade e doenças não diagnosticadas. Sem o comprometimento moral inspirado pelo povo de Deus, o mundo iria ser sem dúvida um lugar inconcebivelmente pior para se viver. Mesmo alguém que se professa relativista poderia reconhecer isso. Todos os que amam a liberdade têm um interesse pessoal na contínua influência e vitalidade da Igreja do Senhor Jesus Cristo.

Notas de Rodapé:
1

Stark começou a ensinar na Universidade de Baylor em 2004.

2

Samuel P. Huntington, Who Are We? The Challenges to America’s National Identity (New York: Simon and Schuster, 2004), xvi. Tradução livre.

3

Rodney Stark, For the Glory of God: How Monotheism Led to Reformations, Science, Witch Hunts, and the End of Slavery (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2003), 197. Tradução livre.

4

Ibid., 3.