Da Miséria à Esperança, Através da Igreja! – Rodney Stark (1934 - )

Proeminente sociólogo da religião e professor tanto na Universidade de Washington como na Universidade de Baylor, Rodney Stark tem escrito muitos livros importantes sobre o cristianismo e a cultura. Em seu The Rise of Christianity [As Origens do Cristianismo] (1997), descreve como em poucos séculos depois de Cristo, a religião deixou de ser uma seita judaica obscura para se tornar uma ideologia dominante no ocidente. Uma das maiores razões para isso foi o impacto da vida da igreja. Em meio ao caos de cidades como Antioquia, atualmente Turquia, a igreja foi uma força gloriosa na renovação urbana. Atos 11.26 relata que foi ali que os crentes foram chamados de ‘cristãos’ pela primeira vez, o que literalmente significa ‘pequenos Cristos’. Sua pesquisa mostra que muito depois dessa primeira designação, os cristãos continuaram a viver `a altura de seu nome ao deixar que suas boas obras falassem por eles.

Antioquia era uma cidade cheia de miséria, perigo, medo, desespero e ódio. Uma cidade onde a família típica vivia uma vida sórdida em moradias apertadas e imundas, onde pelo menos um dos filhos morria ao nascer ou durante a infância, e onde a maioria dos filhos vivos perdia pelo menos um dos pais antes de atingir a maturidade. Uma cidade cheia de medo e ódio enraizados em antagonismos étnicos intensos e exacerbados pelo grande número de estrangeiros que chegavam constantemente. Era tão carente de relações estáveis que pequenos incidentes poderiam estimular violência em uma multidão. O crime florescia e as ruas eram perigosas à noite. E, talvez acima de tudo, uma cidade repetidamente destruída por catástrofes cataclísmicas: seus residentes poderiam literalmente esperar ficar sem casa de tempos em tempos, se é que pudessem estar entre os sobreviventes...

O cristianismo revitalizou a vida nas cidades greco-romanas ao fornecer novas normas e novas formas de relações sociais capazes de enfrentar muitos dos problemas urbanos. Para as cidades cheias de sem-tetos e pobres, o cristianismo ofereceu caridade e esperança. Para cidades cheias de recém-chegados e estrangeiros, ofereceu uma base imediata para relacionamentos. Para aqueles como órfãos e viúvas, proveu um sentido de família novo e expandido. Para os destruídos por rixas étnicas, ofereceu uma nova base para a solidariedade social. E para aqueles que enfrentavam epidemias, fogos e terremotos, ofereceu serviços médicos efetivos.¹

Notas de Rodapé: