1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia. 2 porque, no meio de muita prova de tribulação,manifestaram abundância de alegria e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 3 Porque eles, testemunho eu, na medida das suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários,4pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus.

Coríntios 8.1-5 (JFA)

Os periódicos cristãos frequentemente contam histórias de igrejas e congregações louváveis, as quais são notáveis por seu zelo, santidade, criatividade ou produtividade. Estas publicações seguem o exemplo bíblico, porque Deus também honrou igrejas nas páginas das Escrituras. A igreja Macedônia do primeiro século nos dá um exemplo inspirador e convincente.

O apóstolo Paulo estava coletando fundos para os membros empobrecidos da “igreja mãe” em Jerusalém, cujos membros viram suas esperanças materiais ruírem na sua conversão (cf, Atos 24.17).Os cristãos na Macedônia se superaram em resposta a seu apelo, e Paulo trouxe seu desempenho à luz dos cristãos Coríntios, que necessitavam contribuir com sua parte. Sua descrição captura os elementos dessa igreja naquilo que é o seu melhor. Aqui estão eles:

Sobrenaturalidade. Seu heroísmo era resultado da graça divina (v. 1), não de seu esforço carnal.
Moderação. Eles haviam sido refinados no fogo da perseguição. Não havia cristãos mornos, mas uma fé fortalecida por duras provações (v. 2).
Alegria. A felicidade depende de circunstâncias materiais ou sociais – ligadas aos acontecimentos; a alegria (v. 2) não. Esta última é fundamentada no fato de que Deus está fazendo grandes coisas e de que a igreja é parte disto.
Sacrifício. Muitos querem doar no momento de abundância. Essas pessoas doaram em sua extrema pobreza (v. 2)
Generosidade. Doando de sua pobreza, uma pequena oferta já seria compreensível. Mas, ao contrário das expectativas, esses Macedônios ficaram famosos por sua rica generosidade (v. 2)
Aparente “Tolice”. Embora sua atitude tenha resultado em uma sabedoria superior, ao dar além do que podiam (v. 3), eles pareciam tolos.
Naturalidade. Sua generosidade brotou naturalmente de corações regenerados. Paulo estava, sem dúvida, cansado por seus apelos repetitivos em favor de fundos. Quando chega a uma igreja cujos membros o pressionaram para que pudessem dar ajuda voluntariamete (v. 3), ele ficou profundamente feliz.
Insistência. O texto dá a entender que, provavelmente em princípio, Paulo declinou de sua ajuda, lembrando-os de sua própria pobreza. Mas eles não aceitaram e pediram com muitos rogos (v. 4) para que aceitasse o dinheiro.
Adoração. Para os Macedônios, seus atos não eram uma orgulhosa competição por honra com outras igrejas. Sua oferta era primeiramente para o Senhor (v. 4), um ato de consagração, e foi dEle que eles tiveram o exemplo.
Apostolado. As igrejas podem canalizar seu dinheiro para toda sorte de coisas secundárias, por isso Paulo fez menção especial da sua devoção a nós (v. 5); em outras palavras, às santas prioridades dos apóstolos.

Não é possível sustentar que todas as características da igreja primitiva existam ainda hoje. Por exemplo, os líderes não estão mais escrevendo as Escrituras. No entanto, é possível perceber que o exemplo Macedônio é reproduzível – mesmo normativamente – para a igreja do século XXI. E não apenas a generosidade sacrificial está ao alcance dos crentes através dos tempos, mas também a alegria que a acompanha.