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Guerreiro contra a Cultura no Exército de Deus: William Booth (1829 - 1912)

Numa certa manhã do ano de 1885, um trabalhador do Exército da Salvação destrancou as portas do escritório central do ministério em Londres para achar uma adolescente dormindo no degrau da frente. Surpreendido por sua presença, o trabalhador perguntou como ela chegara a esse lugar de descanso nada ortodoxo. A resposta foi assustadora: depois de vir para a cidade para encontrar um emprego, fora atraída a um prostíbulo e presa na cozinha até que concordasse em se tornar uma prostituta. Mas fugira por uma janela e pedira informações a um policial sobre como chegar ao escritório do Exército da Salvação, pois lembrava da reputação difundida da organização em ajudar mulheres presas na prostituição. Finalmente recebeu a ajuda pela qual suplicava, e o Exército a alistou entre os muitos troféus da obra graciosa de Deus entre as classes mais baixas da Inglaterra.1

Fundado pelo ministro metodista William Booth, o Exército da Salvação começou como a Missão Cristã no Leste de Londres, um esforço para ganhar os moradores mais pobres da cidade para a fé em Cristo.2 Mas rapidamente Booth e sua esposa Catarina descobriram que ministrar entre os desprivilegiados exigia uma luta contra a decadência cultural, além da pregação da salvação eterna. Então mudaram o nome do ministério para Exército da Salvação em 18783 e fundaram um programa bem equilibrado, desenvolvido para mudar homens e mulheres economicamente deprimidos para vidas de produtividade que honravam a Cristo.

Na verdade, a Inglaterra do século XIX precisava desesperadamente de tal ministério. A industrialização criara uma população urbana crescente aflita pela superpopulação, más condições sanitárias e baixos salários. Em Manchester, por exemplo, podiam-se encontrar casas de menos de dois metros de largura e nove de comprimento contendo duas camas cercadas por sujeira, e imundas. Normalmente os moradores destas habitações dispunham de apenas somente um cano que trazia a água para beberem.4 Para lidar com essas condições, muitos dos pobres recorriam ao alcoolismo, à prostituição e às drogas.

A estratégia de Booth foi primeiramente chamar os necessitados à fé em Cristo e depois ensiná-los Seus padrões de trabalho e produtividade. Por exemplo, um bêbado que se recusava em trabalhar apareceu em uma reunião do Exército da Salvação e ouviu um sermão sobre a passagem: “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”5 Interrompendo o pregador, gritou: “Quer dizer que se eu pedir a Deus um emprego, Ele vai me dar?” Quando o pregador disse que sim, o bêbado se converteu. Logo em seguida achou emprego e se tornou um cidadão produtivo.6 Em outra ocasião, uma alcoólatra chamada Maggie foi salva enquanto passava a noite em um abrigo do Exército da Salvação. Também viveu uma vida sóbria e produtiva.7

Para muitos pobres, o programa de Booth envolvia estabelecimento voluntário em uma comunidade urbana cooperativa onde lhes eram atribuídas tarefas, e eram pagos por seu trabalho.8 Com o tempo, mudaram-se para uma cooperativa rural onde o aumento da responsabilidade, combinada com o discipulado cristão preparou-os para viver com sensatez sobre retornar à vida independente na cidade.9 Além disso, o Exército da Salvação fundou um departamento antisuicídio, hospitais, colônias para leprosos, abrigos para idosos e centros de reabilitação criminal.10

Quando morreu, em 1912, Booth havia transformado o Exército em um gigantesco ministério internacional, mobilizado para ajudar aos pobres do mundo. Que Deus levante mais ministros como William Booth, que apoiou a proclamação do evangelho com um ministério prático para aqueles que mais precisam dele.

Notas de Rodapé:
1

Roy Hattersley, Blood and Fire: William and Catherine Booth and Their Salvation Army (New York: Doubleday, 1999), 304-305. Tradução livre.

2

Ibid., 152-157.

3

Ibid., 235-236.

4

Harold G. Steele, I Was A Stranger: The Faith of William Booth, Founder of The Salvation Army (New York: Exposition Press, 1954), 44-46. Tradução livre.

5

Mateus 6.33

6

Steele, 109-110.

7

Ibid., 109.

8

Ibid., 129.

9

Ibid., 132.

10

Ibid., 154.