English Español Français Ελληνικά Русский 中文(简体) 中文(繁體)
Referência Bíblica
> Referência Bíblica > Precedentes Históricos > Citações e Escritos > Tendências Atuais
> Home > Referência Bíblica > Igreja > A Voz Profética da Igreja > (Mateus 5.14-16) -- Post Tenebras Lux
> Categoria

Post Tenebras Lux

14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Mateus 5.14-16

Os reformadores protestantes clamavam "Post tenebras lux'' – "Após as trevas, luz” para assinalar e celebrar a liberação do evangelho da graça. Eles não mais lutariam debaixo do austero fardo da salvação com base no desempenho pessoal. Seus corações conheciam uma verdade superior a essa. Não era mais necessário contabilizar os momentos de destaque da vida de alguém, na esperança de que acumulariam algum mérito. Agora, eles brilhavam como novas criaturas em Cristo que podiam esquecer-se do mérito das suas obras.

Jesus não proferiu as palavras do texto acima para uma platéia de sofisticados filósofos reunidos no areópago em Atenas. Tão pouco ele se dirigia ao sinédrio em Jerusalém, ou ao senado em Roma – embora qualquer um desses grupos teria se considerado "a luz do mundo." Na verdade, Cristo proferiu seu Sermão do Monte a pessoas comuns que haviam se ajuntado próximo às margens do Mar da Galiléia. Era uma gente que não se distinguia por sua capacidade intelectual, poder, riqueza ou status. Porém, o que distinguia aquela multidão tinha verdadeiro valor – aquelas pessoas haviam sido cativadas por Jesus.

Jesus se dirigiu à multidão como um grupo, usando a forma plural "vós." Enquanto é verdade que cada cristão irradia a luz divina de seu próprio modo, Deus expressou Sua vontade de que o Seu povo brilhasse em comunidade – como comunidade.

O panorama noturno de uma metrópole, quando vista à distância, tem, por vezes, um aspecto quase que encantador. Para quem viaja só pela distante escuridão, ela acena com a promessa de companhia, abrigo, provisões e oportunidades. Ela confere direção e ilumina o caminho com seu brilho. Porém, em épocas de guerra, é comum que as cidades façam de tudo para bloquear a sua luz. Durante as blitz da segunda guerra, o povo de Londres usava grossas cortinas em suas janelas por saber que a luz poderia transformá-los em alvos.

É possível que haja quem faça o mesmo entre o povo de Deus por haver descoberto que o ensino e uma vida explicitamente dentro dos moldes cristãos podem atrair a artilharia do inimigo. Portanto, pode haver quem opte por ocultar seu brilho, escondendo-se nas recâmaras de suas igrejas para louvar e sussurrar palavras que dão a impressão de estarem ocupados ou que servem para confortar uns aos outros – enquanto que, do lado de fora, o inimigo se vê livre para operar a sua máxima destruição. Jesus ridicularizou esse comportamento, apesar de estar consciente do quanto isso Lhe custaria.

Nunca foi da intenção de Deus que o seu povo recuasse, ou assumisse uma postura defensiva. Quando Cristo disse que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela [a Sua igreja]" (Mat. 16.18b), Ele não esboçava uma defesa corajosa mediante um ataque de portões agressivos. Portões por natureza são estáticos; é a Igreja que deve atacar. E conforme essa passagem demonstra, atos de graça, integridade, fidelidade e compaixão - gerados sobrenaturalmente - constituem armas tremendamente poderosas no arsenal do cristão que batalha na conquista de mentes e corações.

É importante que uma igreja local pergunte a si própria se ela verdadeiramente representa a luz de Deus em sua comunidade: "será que nossos vizinhos precisam adivinhar aquilo que entendemos que a Bíblia ensina? Será que estamos refletindo fontes de luz falsificadas? Será que estamos nos escondendo atrás de grossas cortinas, de modo que sejamos bem vistos na comunidade? Será que somos cúmplices de manter nossa comunidade numa penumbra? Estamos estocando as nossas velas de modo egoísta?" Uma resposta afirmativa para perguntas como estas pode indicar mais do que uma igreja com problema de saúde. Pode chegar a lançar dúvidas quanto ao fato de ela ser, efetivamente, igreja ou não.