O Sentido de Um Nome
20 Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! 21 Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!
Isaías 5.20-21
As guerras culturais são travadas no campo de batalha das palavras. Mesmo o maior dos vícios é transformado em virtude quando os homens alteram definições antigas. Mas os que defendem a existência de parâmetros fixos para a conduta correta e a errada não são iludidos. A verdade é inegociável, pois Deus a declarou muito antes de ser compilado o primeiro dicionário humano. Somente o Senhor nos revela o que é bom e mal, e o que desviar disso está fora do padrão.
Isaías ministrou durante o reino de cinco reis (Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés) e testemunhou, em primeira mão, as consequências devastadoras da corrupção teológica e cultural. No capítulo 5, o profeta pronunciou uma série de juízos sobre Judá durante o reinado de Jotão. Ele começou a governar Judá quando seu pai, Uzias (2 Crônicas 26-27), foi ferido com lepra, e veio a sucedê-lo após a sua morte. Embora Jotão não fosse um líder inerentemente mau, ele não fez nada durante a sua monarquia para coibir a maré generalizada de corrupção moral estimulada pelos reis anteriores (2 Crônicas 27.2).
Os castigos do capítulo 5 de Isaías são relacionados aos pecados específicos daquela época. As práticas de fraude imobiliária (v. 8), entrega aos prazeres (vv. 11, 22) , falsa adoração (v. 12) e suborno (v. 23) eram formas de zombar da justiça de Deus. Judá “desprezava” a Palavra de Deus (v. 24). Cada ocorrência revelava a existência de uma pauta cultural sistêmica dedicada a repudiar as ordens do Senhor. O Santo de Israel decretou um juízo vindouro que poria fim à nação devido à propensão de Judá de “ao mal chamar bem e ao bem, mal.”
Uma sociedade corrupta pode ser identificada pelos nomes que atribui às coisas. Chamar o aborto de “escolha,” clonagem humana de “pesquisa terapêutica” e parceiros homossexuais de “pais” são apenas alguns exemplos de nomenclaturas destorcidas. A origem de tais insubordinações à vontade revelada de Deus pode ser traçada até o Jardim do Éden. Porém, ao seguir o que é prescrito pela Palavra de Deus, o homem pode trabalhar fielmente para dominar e organizar este ambiente descrito por Calvino como “o mais glorioso dos teatros, em que Deus o colocou.”
Comentando a escassez de protesto público contra o pecado, G. K. Chesterton declarou: “Não se trata de haver pouca gente sem escrúpulos a quem condenarmos, mas, sim, de haver uma escassez de gente boa que as condene.” Somente a Igreja do Senhor Jesus Cristo pode chamar as pessoas de volta às definições determinadas pela verdade. Sem ela, o mundo sofre duma espécie de amnésia da realidade, esquecendo-se daquilo que Deus definiu como pecado. A menos que a liderança do povo de Deus se posicione declarando os grandes pecados e males sociais dos seus dias, uma nação perde a sua consciência e acaba inevitavelmente dando ao mal o nome de bem e ao bem, o de mal.